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quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Identidade e Profissionalização Docente

In: BRZEZINSKI, Iria. Profissão Professor: Identidade e Profissionalização Docente. Brasília: Editora, 2002.

A carreira docente vem sendo submetida a diversas situações que não estimulam mudanças. Há uma histórica desvalorização do professor com atribuição de baixos salários, instabilidade profissional, porque, em sua maioria, eles são contratados e não concursados para ingressar na carreira. Em sua carga horária docente não há previsão de atividades pedagógicas.
Segundo Carrolo (1997), outros fatores ainda deterioram a profissão, como a incompreensão e ausência de reconhecimento social da função docente, a indefinição institucional da escola nos âmbitos organizativos e pedagógico, a par da proliferação de papéis e sigilos do professor e a deficiente percepção do seu valor por parte deles próprios.
Segundo Nóvoa (1992), é fundamental que o professor reflita sobre sua prática, as novas tendências apontam para a necessidade de formação de um professor reflexivo, que repense constantemente sua prática, ressignificando sua formação inserida nos três processos de desenvolvimento: o pessoal, o profissional e o organizacional. Promovendo assim a preparação de professores investigadores e reflexivos. É fundamental que os professores criem um saber de sua própria prática, integrando a parte teórica com base e uma reflexão sobre experiência pedagógica. Os professores precisam adquirir maior poder político, ultrapassando as formas sindicais tradicionais.
Segundo a pesquisa desenvolvida por Carrolo (1991), em que, esfera o objetivo: o dispositivo de formação; esfera subjetiva: aquisição da identidade para si e esfera social: reconhecimento da identidade para os outros. A partir de uma análise desses dados é possível reconhecer que a esfera subjetiva, reúne maior parte das indicações dos professores de exatas, contrariando assim, a própria identidade na área. Os matemáticos, físicos e químicos estão preocupados, repensando a sua prática pedagógica e valorizando a subjetividade.
Quanto a formação dos professores, supõe-se que os profissionais de Biologia, o trabalho docente esteja centrado na transmissão de reconhecimentos de modo repetitivo, de normas técnicas, deixando de lado a subjetividade e a esfera social, que poderão contribuir na formação de indivíduos críticos reflexivos.
Quanto aos profissionais de Pedagogia, observa-se que há o predomínio vocacional, a satisfação de ser Pedagogo. Essa tendência reforça a necessidade de buscar equilíbrio nas três esferas.
Entre profissionais que atuam na área do ensino fundamental, há o predomínio da esfera objetiva e menor ênfase na social. Isso implica reconhecer que o ensino não está centrado nas mediações entre o ensino e a aprendizagem de forma equilibrada, pois a esfera subjetiva, que sugere maior independência para crítica e reflexão, é deixada em segundo plano. O professor desconsidera o seu papel de agente político transformador na sociedade.
No ensino médio encontra-se uma ênfase maior na esfera subjetiva e uma menor na social. Existe uma relativa mudança em relação aos profissionais que atuam no ensino fundamental. O fato preocupante é o desempenho do próprio profissional. E mais uma vez é comprovado que o aluno não é o foco principal do ato de ensinar.
No ensino superior, verifica-se que a maioria aponta a maior importância da esfera objetiva e a menor social.
A educação é o reflexo do nosso sistema social, ficando difícil desejar que ela seja diferente da sociedade, na qual a escola e seus profissionais estão inseridos.
A interdependência entre as três esferas poderá permitir a formação de profissionais com competência para articular com todos os aspectos que envolvem o processo educativo construindo, assim, sua identidade profissional.



Layane Cavalcante






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